Inaugurado no dia 14 de dezembro de 1994, o Museu do Mamulengo Espaço Tiridá é uma instituição que conserva um importante acervo de bonecos referentes ao teatro de mamulengo, manifestação da cultura popular praticada, de forma predominante, na região nordestina. Sua primeira sede foi um prédio de estilo colonial, adquirido junto a Fundação Pró-Memória e IPHAN, localizado na Rua do Amparo, 59. Todavia, devido a problemas estruturais o imóvel foi interditado no ano de 2004. O Museu do Mamulengo foi reaberto pela Prefeitura de Olinda apenas no dia 29 de setembro de 2006, cujo acervo fora relocado para uma edificação do século XVIII de estilo eclético com três pavimentos situada no Bairro do Varadouro, Centro Histórico de Olinda na Rua São Bento,344.

      O Museu do Mamulengo é o resultado da mobilização do grupo teatro Mamulengo Só-Riso que, na segunda metade da década de 1970, ganha destaque não só pelo trabalho artístico desenvolvido em torno do teatro de bonecos, mas também pelas ações de pesquisas, publicações e cursos em torno da arte mamulengueira. Neste processo, o grupo identificou que os bonecos dos Mestres mamulengueiros falecidos estavam sendo vendidos e, em alguns casos, descartados por seus herdeiros. Desta forma, o grupo passou então a recolhê-los ou comprá-los montando um acervo. Neste período surge a intenção de preservar, documentar e difundir a arte do mamulengo brasileiro como manifestação da cultura regional. Processo que seria consolidado no início dos anos 90 com a inauguração do Museu do Mamulengo Espaço Tiridá.

      A origem do mamulengo é desconhecida, pois não há registros sobre o início desta prática em território brasileiro. A hipótese mais aceita diz respeito que teve sua origem na própria cidade de Olinda em meados do século XVI, período no qual foi instaurado o primeiro convento franciscano das Américas.

      Fernando Augusto, um dos fundadores do Museu do Mamulengo, relata no documentário "Conhecendo os museus" (BRASIL, 2013: ep. 49), que a tradição do teatro de bonecos foi trazida ao Brasil pelos frades franciscanos no período colonial. Nessa época os bonecos se ligavam, por meio de engrenagens, roldanas e fios, a força motriz de um curso d'água. Dessa forma eles pareciam se mover sozinhos causando grande comoção no público da época que não estava acostumado com essa autonomia dos bonecos. O espetáculo era associado aos rituais religiosos aumentando o sentimento de devoção à fé católica.

      Segundo este depoimento, o uso frequente e a falta de reparos faziam com que essas máquinas fossem se quebrando e os bonecos ficando sem movimento. Com isso, o espetáculo passou a ser feito pelos bonecos portados em punho, daí viria expressão "mamulengo" que é uma corruptela das expressões "mão mole", "mão molenga". O teatro de bonecos é apropriado pela população que passa a incorporar elementos do cotidiano em detrimento do cunho religioso.

      Atualmente, o museu dispõe em seu acervo mais de 1000 bonecos de 27 mestres mamulengueiros de vários estados do nordeste, entre eles: Saúba de Carpina, Tonho de Pombos, Antônio Biló e o mestre Ginu, criador do personagem Professor Tiridá.

      O museu sobrevive devido a fruto de parcerias. A Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) elaborou o projeto museológico. Cabe a Prefeitura da Cidade de Olinda a manutenção do prédio e o pagamento da folha salarial da equipe de funcionários. O grupo Mamulengo Só-Riso é responsável pela gerência e consultoria técnica ao projeto.

      A equipe técnica do museu está trabalhando na montagem de uma biblioteca especializada em arte, fotografia e literatura destinada a pesquisadores. A instituição possui livros sobre a história da cidade de Olinda, além de contos e poemas.

      O Museu do Mamulengo Espaço Tiridá oferece ao seu visitante a possibilidade de visitação guiada por mediadores. No circuito proposto são abordados diferentes temas: os seres fantásticos (almas penadas e demônios), a sala Mestre Salustiano, a sala do cangaço e a sala dos folguedos, além de amostras de vídeos referentes a apresentações de Mestres mamulengueiros em um auditório com capacidade para quarenta pessoas. O museu conta com guias bilíngues. As informações presentes nas etiquetas englobam diversos idiomas, como inglês, francês e espanhol, além do português.

      A instituição também organiza oficinas de artes destinadas para alunos da rede pública de ensino. Mestres mamulengueiros são contratados com o intuito de ensinar o processo de criação e manipulação dos bonecos aos discentes. Nessas oficinas são utilizados, como matéria-prima, materiais recicláveis.

      O agendamento das visitas pode ser realizado por telefone, pelo blog do museu ou presencialmente. A sua duração varia de acordo com a idade do público e os objetivos da visita. O valor da entrada custa R$ 3,00 para adultos. Estudantes, idosos e professores pagam meia-entrada. A entrada é gratuita para alunos da rede pública de ensino. O Museu do Mamulengo funciona de terça a sábado das 09 às 17 horas. Telefone para contato: (81) 3493-2753 ou pelo blog http://museudomamulengo.blogspot.com.br/.